segunda-feira, 22 de outubro de 2012

MAIS SOBRE ALGO QUE NÃO CONHECIA...

Transtorno Desafiador Opositivo • Características Diagnósticas A característica essencial do Transtorno Desafiador Opositivo é um padrão recorrente de comportamento negativista, desafiador, desobediente e hostil para com figuras de autoridade, que persiste por pelo menos 6 meses e se caracteriza pela ocorrência freqüente de pelo menos quatro dos seguintes comportamentos: - perder a paciência, discutir com adultos, desafiar ativamente ou recusar-se a obedecer a solicitações ou regras dos adultos , deliberadamente fazer coisas que aborrecem outras pessoas, responsabilizar outras pessoas por seus próprios erros ou mau comportamento, ser suscetível ou facilmente aborrecido pelos outros, mostrar-se enraivecido e ressentido, ou ser rancoroso ou vingativo. Os comportamentos negativistas ou desafiadores são expressados por teimosia persistente, resistência a ordens e relutância em comprometer-se, ceder ou negociar com adultos ou seus pares. O desafio também pode incluir testagem deliberada ou persistente dos limites, geralmente ignorando ordens, discutindo e deixando de aceitar a responsabilidade pelas más ações. A hostilidade pode ser dirigida a adultos ou a seus pares, sendo demonstrada ao incomodar deliberadamente ou agredir verbalmente outras pessoas (em geral sem a agressão física mais séria vista no Transtorno da Conduta). As manifestações do transtorno estão quase que invariavelmente presentes no contexto doméstico, mas podem não ser evidentes na escola ou na comunidade. Os sintomas do transtorno tipicamente evidenciam-se mais nas interações com adultos ou companheiros a quem o indivíduo conhece bem, podendo assim não serem perceptíveis durante o exame clínico. Em geral, os indivíduos com este transtorno não se consideram oposicionais ou desafiadores, mas justificam seu comportamento como uma resposta a exigências ou circunstâncias irracionais. • Características e Transtornos Associados As características e transtornos associados variam em função da idade do indivíduo e gravidade do Transtorno Desafiador Opositivo. No sexo masculino, o transtorno é mais prevalente entre aqueles indivíduos que, nos anos pré-escolares, têm temperamento problemático (por ex., alta reatividade, dificuldade em serem acalmados) ou alta atividade motora. Durante os anos escolares, pode haver baixa auto-estima, instabilidade do humor, baixa tolerância à frustração, blasfêmias e uso precoce de álcool, tabaco ou drogas ilícitas. Existem, freqüentemente, conflitos com os pais, professores e companheiros. Pode haver um círculo vicioso, no qual os pais e a criança trazem à tona o que há de pior um do outro. O Transtorno Desafiador Opositivo é mais prevalente em famílias nas quais os cuidados da criança são perturbados por uma sucessão de diferentes responsáveis ou em famílias nas quais práticas rígidas, inconsistentes ou negligentes de criação dos filhos são comuns. O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é comum em crianças com Transtorno Desafiador Opositivo, bem como os Transtornos da Aprendizagem e da Comunicação. • Características Específicas à Idade e ao Género Uma vez que o comportamento oposicional temporário é muito comum em crianças pré-escolares e adolescentes, deve-se ter cuidado ao fazer o diagnóstico de Transtorno Desafiador Opositivo, especialmente durante esses períodos do desenvolvimento. O número de sintomas de oposição tende a aumentar com a idade. O transtorno é mais prevalente em homens do que em mulheres antes da puberdade, mas as taxas são provavelmente iguais após a puberdade. Os sintomas em geral são similares em ambos os gêneros, à exceção do fato de que os homens podem apresentar mais comportamentos de confronto e sintomas mais persistentes. PrevalênciaAs taxas de Transtorno Desafiador Opositivo são de 2 a 16%, dependendo da natureza da amostra populacional e métodos de determinação. O Transtorno Desafiador Opositivo em geral manifesta-se antes dos 8 anos de idade e habitualmente não depois do início da adolescência. Os sintomas opositivos freqüentemente emergem no contexto doméstico, mas com o tempo podem aparecer também em outras situações. O início é tipicamente gradual, em geral se estendendo por meses ou anos. Em uma proporção significativa dos casos, o Transtorno Desafiador Opositivo é um antecedente evolutivo do Transtorno da Conduta. • Padrão Familiar O Transtorno Desafiador Opositivo parece ser mais comum em famílias nas quais pelo menos um dos pais tem uma história de Transtorno do Humor, Transtorno Desafiador Opositivo, Transtorno da Conduta, Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Transtorno da Personalidade Anti-Social ou um Transtorno Relacionado a Substâncias. Além disso, alguns estudos sugerem que as mães com Transtorno Depressivo estão mais propensas a terem filhos com comportamento oposicional, mas não está claro o grau em que a depressão materna é causa ou conseqüência do comportamento oposicional nas crianças. O Transtorno Desafiador Opositivo é mais comum em famílias nas quais existe séria discórdia conjugal. RANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO: QUANDO O COMPORTAMENTO TEM NOME João tem sete anos e está enlouquecendo sua mãe. É agressivamente respondão, desafia ordens, perde a paciência com facilidade, "vira o ovo" com rapidez,não aceita críticas, deliberadamente faz coisas para irritar os outros, é debochado e implicante, discute com adultos, sempre responsabiliza os outros por seus erros, se aborrece facilmente com os outros, fica enraivecido e ressentido, é rancoroso e vingativo. Identificou no seu filhote algumas dessas características? Pois saiba que, dependendo do grau e persistência de ocorrência dessas características, este tipo de conduta, que a gente pode achar normal na idade, tem nome: Transtorno Desafiador Opositivo. O TDO atinge principalmente a faixa de 7 a 10 anos e de 2 a 16% das crianças em idade escolar. Pois é... Sempre escutei que a partir dos 7 anos é uma fase chaaata. Mas, como podem ver, talvez algumas dessas chatices seja um transtorno. No sentido psi da palavra. E esse é outro problema: porque tem tantos pais que se negam a reconhecer quando seus filhos estão com um problema além da conta e dar a eles auxílio para superar isso? Nunca entendi. Já passamos da época em que ir a um psicólogo era um atestado de maluquice. Cada criança é de um jeito na administração da vida à medida que vai crescendo. E definitivamente não existem super-pais. A gente também vai aprendendo junto. É como se pais se responsabilizassem pelos problemas surgidos, dando a si uma carteirinha de incompetentes, e para não se verem como tal, decidem negar ajuda especializada ao filho, tentando resolver sozinhos. Egoísmo não? Até porque, se não tratado o TDO vira um transtorno mais sério, piorando na adolescência e podendo gerar problemas mais hardcore com drogas ou uma atitude anti-social geral, por exemplo. E só para saber: 75 % de quem tem TDO tem esse tipo de problemas mais tarde. Acho que em muito por falta de tratamento ou de diagnóstico certo. E vamos combinar que adolescente já é chato normalmente, imagina com isso? Tem muito lugar que pode abrir a cabeça de quem se acha com problemas. Sites sobre o assunto não faltam. E para quem acha que precisa ter grana para tratar disso é bom saber que lugares como a Santa Casa da Misericórdia, no Rio de Janeiro, tem um departamento de neuropsiquiatria infanto-juvenil que oferece tratamento gratuito. Alguns sites: http://www.comportamentoinfantil.com/transtornos/tdo.htm http://www.virtualpsy.org/infantil/infancia.html DICAS PARA A SALA DE AULA Segundo Sandra Rief (2001), especialista em Educação Especial e Recursos de Aprendizagem, algumas condições pré-existentes podem desencadear problemas para portadores de TDAH na sala de aula, estas condições podem ser: Físicas: fatores internos como fadiga, fome, desconforto físico etc. Meio ambiente: barulho, posição da carteira, localização da sala, etc. Atividade ou evento específico: alguma coisa frustrante, tediosa, inesperada, superestimulante. Tempo específico: hora do dia, dia da semana. Demonstração de habilidade ou necessidade de atuação: no comportamento nas relações sociais na produção acadêmica (expectativa de fazer algo difícil, desagradável ou que provoque ansiedade). Outras: interação negativa com alguém ser alvo de brincadeiras ou provocações etc. Com o objetivo de prevenir problemas na sala de aula, o professor deve procurar alterar essas condições pré-existentes. Algumas sugestões: • Criar um ambiente “seguro”, reduzindo o medo e o stress. • Aumentar a estrutura. • Estabelecer uma rotina previsível (são difíceis de se adaptarem a novas situações). • Ajustar os fatores ambientais (temperatura, iluminação, móveis, estímulos visuais etc.). • As regras, limites e procedimentos a serem seguidos devem ser claramente definidos, ensinados e praticados. • O ensino do sucesso de todos. • Estrutura as lições de modo a permitir participação ativa e resposta interessada. • Proporcionar mais escolhas e opção a fim de provocar interesse e motivação. • Proporcionar mais tempo e mais espaço; se necessário, mudar o tempo e o espaço. • Proporcionar ritmo adequado. • A supervisão deve ser mais freqüente. • Aumentar as oportunidades de movimentação física. • Ensinar estratégias de auto-controle (relaxamento, visualização, respiração profunda, resolução de problemas, auto-monitoramento). • Utilizar as estratégias de “cantinho para pensar”, “tempo para se acalmar”, “pausa para descanso”, como medida preventiva. • Utilizar tática de redirecionamento e preparar para as transições. • Trabalhar as dificuldades acadêmicas, sociais e comportamentais. • Proporcionar acomodações e adaptações segundo a necessidade. • Proporcionar maior encorajamento e retorno positivo. • Aumentar o número de dicas e incentivos, especialmente os “toques” visuais e sinais não verbais. Usar voz calma, bem como uma tranqüila linguagem corporal - requisitar, redirecionar e corrigir de maneira eficiente e respeitosa. PERFIL ACADÊMICO COMUM Leitura: • Fluência média, identificação das palavras; • Compreensão desigual; • Perde-se na leitura freqüentemente; • Precisa ler oralmente, não consegue ler silenciosamente; • Esquece o que lê; • Tem baixo desempenho em trechos longos; • Desempenho médio em trechos curtos; • Evita ler. Linguagem escrita: • Idéias criativas; • Problemas de planejamento e organização; • Não consegue começar; • Caligrafia imatura; • Fraco em ortografia; • Velocidade lenta; • Produção mínima. • Mecânica fraca (letra maiúscula/pontuação). Matemática: • Altamente inconsistente; • Erros por desatenção; • Conceitos matemáticos médio/forte; • Execução lenta com lápis/papel; • Lembrança fraca de fatos. • Alinhamento numérico fraco. Habilidades de estudo/organizado: • Perde coisas freqüentemente; • Fraco em anotações; • Esquece matérias e tarefas; • Fraco em priorizações e planejamentos; • Má administração de tempo; • Tarefas incompletas. • Precisa de esclarecimentos e lembretes freqüentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário